Conceito de Dependência Química e Princípios de Tratamento

A característica essencial da dependência química é a presença de um agrupamento de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos, indicando que o indivíduo continua usando uma determinada substância, apesar de administrar problemas significativos relacionados a ela.

Existe um padrão de autoadministração repetido, que geralmente resulta em tolerância, dependência, comportamento compulsivo de consumo de substância psicoativa e abstinência.

Um diagnóstico de dependência química pode ser aplicado a qualquer classe de substâncias. Os sintomas são similares entre várias substâncias. Embora não seja especificamente relacionada como um critério, a compulsão tende a ser experimentada por todos os indivíduos.

De modo geral, o quadro que os pacientes apresentam ao entrar em uma clínica é de risco para a saúde e/ou de crises em seus papéis produtivos. O paciente revela pouca ou nenhuma capacidade de manter abstinência por si só; há uma redução da função social e interpessoal; e o uso de drogas é parte de um estilo de vida socialmente excludente.

Ainda que a gravidade, o grau ou a duração dos problemas em cada uma dessas áreas estejam sujeitos a variações, todos pacientes com este quadro necessitam de uma clínica de internação para interromper um estilo de vida que gera a autodestruição e/ou leva a distúrbios mentais e de comportamento, prejudicando cada vez mais a qualidade de vida pessoal e familiar.

O CID – Código Internacional de Doenças considera a dependência química um transtorno mental e de comportamento em decorrência do uso abusivo de uma ou mais substâncias.

Princípios para o Tratamento das Dependências Químicas

1.- Não existe nenhum tratamento isolado, nenhuma metodologia, abordagem terapêutica ou filosofia de Intervenção que seja eficaz para todos os casos. É importante que a estrutura física, os serviços e a intervenção terapêutica respeitem as especificidades do caso.

2.- O tratamento deve ser sempre de fácil acessibilidade. Como as pessoas adoecidas pelo abuso e/ou dependência de drogas quase sempre hesitam em iniciar o tratamento, constitui-se em importante estratégia terapêutica a disponibilidade de atendimento do serviço.

3.- O tratamento efetivo deve atender a diversidade de necessidades do indivíduo e não somente o abuso de drogas. Para ser efetivo, o tratamento deve estar focado no abuso de drogas, porém, deve também priorizar os problemas de saúde clínica, emocional, social e familiar do paciente.

4.- A proposta terapêutica do paciente deve ser avaliada continuamente e modificada quando necessária, para estar sempre em consonância com a demanda e o momento do paciente. Um paciente pode requerer combinações e serviços componentes que variem durante o curso do tratamento, podendo necessitar de orientação, psicoterapia, medicamentos, cuidados médicos, terapia familiar, orientação vocacional e serviços legais. O tratamento deve ser adequado a idade, sexo, raça e a cultura do paciente.

5.- O período adequado do tratamento e a assiduidade do paciente são fatores determinantes na busca da efetividade. A entrevista e a avaliação inicial e multidisciplinar constituem-se em um fator relevante para definição da proposta terapêutica e do período de tratamento.

6.- Terapia individual e/ou de grupo, a orientação e o acompanhamento familiar, assim como outras abordagens comportamentais são componentes essenciais do tratamento efetivo. Durante o processo terapêutico os pacientes desenvolvem sua motivação, criam estratégias para evitar o uso de drogas, substituindo atividades relacionadas ao uso de drogas por atividades produtivas e construtivas, sem drogas, desenvolvem sua capacidade de enfrentamento e busca de solução de seus problemas. A terapia também promove ganhos na qualidade dos relacionamentos interpessoais na família e sociedade.

7.- Em muitos casos, a avaliação, o acompanhamento psiquiátrico e o suporte medicamentoso são muito importantes, especialmente quando combinados com o acompanhamento psicoterápico. Enfrentar o conjunto de desconfortos físicos e emocionais que emergem no quadro de abstinência do abuso de drogas é, em grande parte dos casos, muito sofrido, e quase sempre os episódios de recaída são em decorrência de tais sintomas. Neste sentido o acompanhamento psiquiátrico e o suporte medicamentoso se constituem fundamentais nesta fase, contribuindo substancialmente para a minimização do quadro e contribuído para manutenção da abstinência.

8.- Dependentes químicos com quadro de comorbidades psiquiátricas devem receber tratamento integrado. Em decorrência da nocividade das substancias de abuso que tem surgido nos últimos anos, temos nos deparado cada vez mais, com transtornos psiquiátricos associados e/ou induzido pelo uso de drogas. As comorbidades devem ser tratadas de forma integrada ao tratamento da dependência química.

9.- A desintoxicação orgânica é a primeira fase do processo de tratamento das dependências químicas e, por si só, não se constitui em tratamento efetivo. A desintoxicação clinica trata o conjunto de desconfortos físicos e emocionais da abstinência e, de certa forma, prepara o paciente para imersão em um processo terapêutico efetivo.

10.- O tratamento não necessita ser voluntário para ser efetivo. A motivação para o tratamento se constitui em um fator importante, porém, em alguns casos perdas e/ou sansões no contexto profissional, conjugal, familiar e judicial podem quebrar significativamente a resistência e promover a motivação para adesão e manutenção do tratamento por parte do paciente.

11.- A possibilidade de uso de drogas durante o tratamento deve ser continuamente monitorada. A intercorrência mais comum no processo de tratamento da dependência química é o lapso e as recaídas. Neste sentido, o monitoramento da abstinência através de exames toxicológicos para detecção do uso de drogas se constitui em um possível limite para o paciente, em uma percepção real para o profissional e, por vezes, em um instrumento facilitador no resgate da credibilidade e da confiança do paciente junto a seus familiares e a equipe técnica responsável pelo caso.

12.- Os programas de tratamento devem incluir investigação de testes de HIV/AIDS, hepatite B e C, tuberculose e outras doenças crônicas e/ou infecto contagiosas. Quanto mais amplo e profundo for o conhecimento do estado clínico dos pacientes, melhor e mais efetiva será a intervenção clínica e psicoterápica. Além disso, a promoção da consciência de sua doença e a modificação de comportamento por parte do paciente auxiliará sobremaneira as pessoas infectadas a lidar com sua enfermidade e evitar a contaminação de outras pessoas.

13.- O tratamento da dependência química pode ser um processo de longo prazo, frequentemente requer várias tentativas de tratamento. Tal como outras enfermidades a recidiva nos casos de dependência química pode ocorrer durante e/ou após o tratamento. Os pacientes, dependendo do tipo de droga, do tempo de uso e da representatividade existencial desta substância para ele, podem necessitar de períodos prolongados de tratamento.

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