Dependência de Tecnologia
A tecnologia e as relações virtuais trouxeram facilitação e praticidade em nosso dia a dia, porém nos impuseram imediatismo, aumento dos transtornos de ansiedade, gerando dificuldades de socialização e transformando usuários em dependentes com sintomas graves, como: alienação, perda da concentração, alienação, dificuldades de escuta, desafetação e consequentemente um empobrecimento na comunicação e nas relações afetivas e familiares.
Convivemos com um aumento vertiginoso da dependência tecnológica, no qual as pessoas dão cada vez mais tempo para as diferentes formas de mídias e jogos virtuais, gerando alterações emocionais, comportamentais e preocupando todos os que convivem com um dependente tecnológico.
As semelhanças com outras dependências não são poucas. É evidente que a pessoa que desenvolveu a dependência tecnológica tem necessidade de passar cada vez mais tempo conectado, priorizando este comportamento e colocando em risco seus papéis produtivos, com sintomas emocionais, físicos e comportamentais evidentes, sobretudo quando impedidos de usar a Internet.
Considera-se Dependência de Tecnológica quando a pessoa não consegue controlar o próprio uso da virtualidade, ocasionando prejuízo significativo em diversas áreas da vida.
Avaliação Inicial
Para a obtenção de um prognóstico assertivo e consequentemente uma intervenção eficaz, realizamos uma avaliação ampla sobre a real extensão do problema, compreendendo as dificuldades que a pessoa está passando nessa fase, buscando compreender como estão seus relacionamentos social e familiar, avaliando os aspectos de personalidade e identificando ou descartando outros possíveis transtornos que possam estar associados.
Quando Buscar Orientação Profissional
A partir da identificação de que existe um uso intenso, que está acarretando prejuízos significativos para a pessoa e quando as tentativas de combinações e limites não são eficientes, é importante buscar orientação e acompanhamento profissional especializado.
Terapia ou medicação?
O tratamento da dependência tecnologia é fundamentalmente psicoterápico, não existindo, ainda, nenhuma medicação específica aprovada este distúrbio. O uso de psicofármacos fica restrito as situações em que se identifica algum outro transtorno coadjuvante que responda bem ao uso de medicações.
Uso moderado e Abstinência Total
O objetivo inicial no tratamento da dependência tecnológica não deve ser o da abstinência total, pois isso nos dias de hoje poderia ser mais prejudicial, além do que devemos considerar os sintomas típicos que emergem de um rompimento abrupto e total.
A intervenção inicial deve estar focada em uma redução e minimização gradual deste padrão comportamental, porém, é de grande importância que em uma fase secundária, o paciente possa se perceber em abstinência total por um período específico a ser definido pelos profissionais e familiares com a anuência do mesmo, retomando o uso moderado, dentro do que for acordado em terapia.
Família e Dependência Tecnológica
As famílias estão constituindo suas interações e seus laços afetivos em um mundo em que as pessoas se veem cada vez menos.
Desde que a internet passou a fazer parte de nossas vidas, as noções de relacionamento têm sido reavaliadas e até mesmo reconstruídas na dinâmica das relações familiares.
A relação entre as pessoas e as tecnologias é muito complexa e as fronteiras entre o mundo real e virtual estão cada vez mais indefinidas.
Acreditando na potencialidade da família no processo de tratamento, nossa Instituição tem como prioridade terapêutica o cuidado inicial com a família.
A participação familiar no processo terapêutico constitui-se em um princípio básico para que possamos ter uma compreensão ampla e profunda do caso.
As pessoas que convivem com um dependente tecnológico estão, na maior parte do tempo, emocionalmente desgastadas, fragilizadas, propensas a desconfortos emocionais de ansiedade, estresse e pela inevitável sensação de impotência.
Os conflitos, a desarmonia e o comportamento instável e adoecido do paciente geram perdas na qualidade da convivência familiar e da comunicação das quais emergem conflitos, incompreensão, culpabilização e vitimização.
A orientação familiar tem como objetivos: promover uma compreensão acerca da dinâmica deste adoecimento e uma abordagem mais compreensiva, uniforme e não condenatória frente a questão; alinhando e unificando a postura familiar e reduzindo o campo para conflitos frente a questão.
Quando os pacientes possuem sintomatologia muito intensa e pouca motivação para o tratamento, a terapia familiar é uma estratégia terapêutica extremamente eficaz para que nossos profissionais possam alcançar o melhor prognóstico.
Nos casos em que o paciente está resistente ao tratamento os familiares devem procurar orientação para si, ou seja, “se seu familiar não aceita tratamento, busque-o para si”.
A Unicidade de Cada Pessoa
De qualquer maneira, todo esse conhecimento só é válido se conseguirmos utilizá-lo dentro de um contexto que avalie o comportamento humano com todas suas peculiaridades.
Apesar de existirem alguns padrões já identificados, cada pessoa joga ou usa as redes sociais por um motivo diferente, que geralmente tem base na sua própria e única história/situação de vida.
Não “rotulamos” as pessoas num grupo de sintomas e a partir de então definiríamos o que deveria ser feito, buscamos o conhecimento das especificidades de cada paciente, seu histórico emocional, familiar e social, sua personalidade e consequentemente a representatividade desta relação entre cada pessoa e a virtualidade. Saiba mais em nosso Blog.